quinta-feira, 12 de julho de 2012

Crise na Saúde de Rio Bonito – Outro cenário

Flávio Azevedo

Nas discussões sobre a crise na Saúde de Rio Bonito e o momento de turbulência que o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV) atravessa, desculpem a nossa franqueza, mas é notório que falta conhecimento de causa para debater o assunto. Dia desses alguém criticou o fato de existir uma Ouvidoria para se criticar os problemas da unidade.

Fica muito nítido que vários assuntos acabam sendo debatidos onde o foco é apenas um. Por exemplo, a gestão da unidade. Quando se fala sobre as supostas falhas na administração, não há razão para se criticar a Ouvidoria. Será que alguém acha ser possível ligar para a Ouvidoria do HRDV para denunciar um suposto ilícito na condução do HRDV? Ora bolas, má condução da casa, caso elas existam ou alguém tenha informações sobre isso, deveriam ser reclamadas na Ouvidoria do Ministério Público (MP). Alguém se habilita?

Sobre esse serviço, a Ouvidoria, que tal relembrarmos a sua criação? Trata-se de um serviço criado por estar dentro de um pacote de metas estipuladas pela Secretaria Estadual de Saúde. O HRDV foi recompensado e/ou premiado por ter alcançado essa meta. Isso também aconteceu com a mudança na emergência, que foi totalmente remodelada (outra meta cumprida).

Os prêmios conquistados pelo HRDV não vieram porque a unidade contratou 200 médicos, por conta de melhor atendimento ou porque um médico da unidade conseguiu ressuscitar um defunto no necrotério da instituição. As premiações foram conquistadas por conta de mudanças físicas propostas pelo Estado.

Eu já escrevi e disse várias vezes, mas as pessoas não entendem. No Brasil, especialmente em Rio Bonito, o governo analisa equipamento e recursos destinados a Saúde. Já o povo analisa atendimento. O primeiro está muito bom; o segundo, porém, está horrível. Só não percebe isso quem usa questão sob o víeis partidário, que por conta do tal viés partidário acaba falando e propagando bobagem.

Sobre a almejada Auditoria nas contas da instituição (essa ideia não é nova, eu escuto isso há cerca de 10 anos) é uma proposta que só vejo ser ventilada durante os períodos eleitorais (por que, será?). Passado esse período, o novo prefeito senta com os membros da direção do hospital e as questões acabam sendo acomodadas por ambas as partes, mas só pelos próximos três anos.

Concluímos com a seguinte expectativa: quem estiver achando que esse cenário muda em 2013, pode tirar o cavalo da chuva. Seja lá que santo for que ganhe a eleição, esse filme que nós assistimos há 10 anos se repetirá. Eu explico: os atores são os mesmos, o enredo é o mesmo, o picadeiro é o mesmo e os expectadores são os mesmos!

E, detalhe: somente mudando os expectadores será possível mudar atores, enredo e picadeiro, o que sabemos que não irá acontecer, pelo menos na eleição que se aproxima!

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