terça-feira, 22 de maio de 2012

Programa “O TEMPO EM RIO BONITO” discute ações da Defesa Civil municipal

Flávio Azevedo

O coordenador da Defesa Civil Municipal de Rio Bonito, o tenente coronel Bombeiro, Rafael Camilo (E), foi o convidado da manhã desse domingo (20/05), do programa “O Tempo em Rio Bonito”, da Rádio Sambê FM (98,7). Acompanhado do engenheiro civil, Valdir Duarte (D), que faz parte do quadro do órgão, eles abordaram inúmeros assuntos relacionados ao setor, entre eles a forma adequada de construção e os melhores pontos para se erguer uma moradia. Eles também abordaram temas como desmatamento e incêndios florestais.

A entrevista foi iniciada com uma reflexão sobre a falta de políticas públicas de Habitação em todo território nacional. Os técnicos concordam que essa é uma realidade preocupante e reconhecem que as poucas iniciativas existentes são projetos onde os interesses políticos são mais relevantes que o bem-estar e a qualidade de vida da população.
– As pessoas carentes, principalmente, não têm opções de ocupação. Sobram para eles as margens dos rios e as encostas. Quem tem situação econômica favorável também constrói em lugares indevidos, mas como são pessoas de bom poder aquisitivo, eles fazem os investimentos necessários na propriedade e vivem com tranquilidade – pondera Valdir Duarte.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Rafael Camilo, o órgão atua com quatro frentes: prevenção, qualificação, ação e recuperação. “Cada um desses itens, se forem respeitados pela população que mora em áreas de risco, os resultados serão bem animadores”, disse Camilo, que destaca a boa vontade do cidadão riobonitense. “Quando eu assumi a Defesa Civil, sobretudo nas áreas mais problemáticas, eu encontrei as pessoas treinadas para o que fazer em caso de chuva. Como as pessoas já estavam preparadas foi possível atuar em outras frentes, o que fez render o nosso trabalho”, comentou.

Casas para desabrigados

Sobre as casas que os desabrigados estão esperando da Prefeitura Municipal, o coordenador da Defesa Civil comentou que em mais 15 dias elas estarão sendo distribuídas, faltando apenas, em Boa Esperança (foto), o abastecimento de água para essas moradias. O coordenador, porém, fez um alerta quanto aos que receberão o benefício. “A entrega será realizada segundo critérios de prioridade. Receberão essas casas as pessoas que ficaram sem moradia por ocasião dos temporais que atingiram Rio Bonito em 2008 e 2009”.

O coordenador também comentou as diferenças existentes entre desabamento, desmoronamento e escorregamento, que são ocorrências com resultados diferentes e se bem analisados podem ser combatidos e esperados através do estudo do solo. “Por isso, hoje, nós temos conosco um geólogo, um profissional que estuda o solo, as suas condições e as surpresas que ele pode oferecer”, comentou.

A presença de um engenheiro (Valdir Duarte) no quadro da Defesa Civil, segundo o coordenador é um ganho importante para o setor, “porque, agora, quando chegamos numa casa nós temos alguém competente para analisar os danos, ver a possibilidade de recuperação daquela moradia e analisar os riscos que o prédio oferece aos seus moradores”.

Sobre incêndios florestais e alagamentos, o coordenador comentou que os alagamentos estão controlados por conta dos investimentos em drenagem de terrenos, dragagem dos rios e outras técnicas promovidas pela Prefeitura nos últimos anos. Quanto a questão dos incêndios nas áreas verdes, como aconteceu no início do ano na Serra do Sambê, o coordenador comentou que está trabalhando as melhorias para esse setor.
– O governo do estado doou para o município, 17 viaturas na última semana. Nós vamos pleitear um desses veículos para ficar direcionado especificamente para essa questão dos incêndios, que geralmente acontecem em áreas de difícil acesso, mas para chegar o mais perto e rápido possível nós precisamos nos deslocar com rapidez – disse Camilo. Ele destacou a boa relação que tem como o Corpo de Bombeiros e comentou que existe a possibilidade da Defesa Civil ser reforçada pela Guarda Municipal, que detém um efetivo bem maior que a Defesa Civil.

Dicas de construção

Além de comentar a importância de se construir a uma distância de 30m das margens de um rio, os especialistas comentaram outras medidas importantes antes de se construir uma casa. “Contratar um profissional competente e experiente; alguém que se possível tenha formação e qualificação para erguer uma casa; uma pessoa que trabalhe com uma planta e alguém que não esteja muito preocupado em economizar”.

Outra dica importante do engenheiro é que profissionais como carpinteiro, bombeiro, eletricista, ladrilheiro, entre outros, também sejam profissionais gabaritados e preparados, “para que não seja necessário se gastar mais recursos, depois da obra pronta, para concertar esse e aquele problema”. O engenheiro também comentou a questão da areia utilizada na obra. Segundo ele, “caso a matéria prima não seja de boa procedência (retirada de um local contaminado/foto 3), a pessoa pode perder todo reboco da casa”.

Construir abaixo de barrancos sempre será desaconselhado por qualquer engenheiro. Com Valdir não é diferente, “mas caso a pessoa esteja decidida a arriscar a vida da família, que ele construa um pouco distante do barranco para evitar infiltrações e nunca se esqueça de criar drenos para escoar a água da chuva em outra direção que não a da casa”, concluiu.

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