sábado, 28 de abril de 2012

Máster de Rio Bonito AC e Flamengo se enfrentam dia seis de maio em jogo beneficente

Flávio Azevedo

Com o objetivo de promover a partida de futebol amistosa e beneficente entre as equipes máster do Rio Bonito Atlético Clube (RBAC) e do Clube de Regatas Flamengo, o programa “O TEMPO EM RIO BONITO” recebeu na manhã do último dia 24 de abril, o comerciante Gerson Pinto Correa e o professor de Educação Física e mestre em Capoeira, Júlio César (Magia). O jogo acontece no Estádio José Alves Ventura, no RBAC, a partir das 10h.

Os recursos arrecadados pela bilheteria (R$ 5,00) serão destinados as obras do Recanto Santa Terezinha do Menino Jesus, no Mato Frio, em Rio Bonito. O local está sendo erguido pela comunidade católica e tem o objetivo de receber pessoas que lutam contra a dependência química. Já confirmaram presença, vários ex-jogadores que participaram do time rubro-negro que conquistou a Copa Toyota (Campeonato Mundial), no Japão em 1981.
– Esse time roda o Brasil inteiro jogando futebol. Já confirmaram presença Nunes, Adílio, Jaime, Rondinele (chamado de “Deus da Raça”), entre outros jogadores – comentou Gerson, acrescentando que o objetivo da organização do evento é arrecadar cerca de R$ 10 mil.

Segundo os entrevistados, para funcionar, além das questões legais, a casa, que está sendo preparada para receber cerca de 20 pessoas, precisa de doação de mão de obra. “A lista de pessoas que querem ajudar é muito grande. Nós iremos precisar de Psicólogos, Assistente Social, Dentista, Advogado, Psiquiátrica, entre outras especialidades essenciais”, comenta Gerson alegando que os desafios são grandes, “mas Deus tem ajudado muito o nosso projeto”.

Drogas e vício

Depois de falarem sobre o evento, os convidados que estavam vestidos com as camisas da Pastoral da Sobriedade (Júlio) e do Maranathá, um movimento da Igreja Católica que tem como principal objetivo a recuperação de pessoas, sobretudo os jovens que estejam escravizados pelos vícios, abordaram a questão das drogas em Rio Bonito e os trabalhos que existem para recuperar as pessoas que lutam contra esse “flagelo”.

Segundo Júlio e Gerson, muitas pessoas têm conseguido, através desse movimento (Maranathá) dizer não as drogas lícitas e ilícitas e, hoje, vivem uma nova vida. “Acabamos formando uma grande família com esse trabalho. Sendo assim, quem quiser mudar de vida, abandonar certos hábitos, mas não encontra forças para fazê-lo sozinho pode contar conosco e nos procurar”, comentou Júlio.

De acordo com os entrevistados o Crack e o Ox (nova droga) têm sido usados indiscriminadamente e os maiores usuários são as crianças e adolescentes, “vidas que estão sendo devastadas precocemente”.
– Três caminhos estão reservados para o dependente químico: prisão, internação e caixão (morte). A droga é igual uma mancha de óleo. Ela vai tomando tudo. Se consideramos a dependência química uma doença, Rio Bonito enfrenta uma epidemia grave. Os nossos jovens estão morrendo e não vemos iniciativas sólidas que enfrentem esse problema de frente – enfatiza Júlio.

Experiência

Durante a entrevista, Gerson fala da transformação que aconteceu em sua vida quando ele passou a ser usuário de drogas e quando ele abandonou o vício. De acordo com ele, as histórias são todas iguais. As pessoas se enganam tentando se convencer de que podem sair quando quer, “mas não é bem assim”.
– Sou um dependente químico em recuperação. Estou trabalhando a minha recuperação desde 2002. O grande problema das drogas está nas famílias. Algumas não se importam; outras não aceitam o filho drogado; outras não querem, geralmente por vergonha, tomar providências; e ainda tem aquelas que tentam se enganar com o argumento que aquele comportamento é apenas uma fase – analisa Gerson, para quem esse tipo de atitude dos pais, da família, dos amigos, só contribui para que o dependente químico se afunde cada vez mais nas drogas.

De acordo com Gerson, o seu ingresso no mundo das drogas aconteceu com 25 anos de idade. Visivelmente constrangido, mas ao mesmo tempo feliz com a vitória que conseguiu, o empresário diz por 18 anos usou drogas. Através da experiência que adquiriu transitando nos dois lados (dependente químico e, hoje, engajado na recuperação de pessoas que lutam com esse problema), o empresário faz alguns alertas para as famílias e para os jovens.
– A família tem que estar junto e tem que estar estruturada para lidar com essa questão. Outra coisa que as pessoas precisam saber é que a porta de entrada para as drogas é a inocente cervejinha. Primeiro você usa a droga, depois a droga te usa. É preciso estar atento aos hábitos e práticas dos filhos; e discutir o assunto sem preconceitos. Agir diferente disso é contribuir para que o dependente químico continue derrotado – afirma Gerson, acrescentando que o dialogo e a espiritualidade são combinações importantes na luta contra a dependência.

Endereço

A Pastoral da Sobriedade não recebe apenas usuários de drogas lícitas e ilícitas. Segundo os entrevistados, qualquer tipo de compulsão pode ser levado a Pastoral. Na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, no Centro, as reuniões acontecem nos dias de quarta-feira, às 20h. Já na Paróquia de São João Batista, na Praça Cruzeiro, todas às quintas-feiras, sempre a partir das 19h30min. “Tem gente que tem compulsão por pornografia, outras por jogo, outras por cigarro, por comida, entre outras coisas. A Pastoral da Sobriedade, que significa equilíbrio, está lá para atender a todos”, informaram os entrevistados.

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