sexta-feira, 6 de abril de 2012

Mais uma fatalidade marca o feriadão (Semana Santa) em Arraial do Cabo

Flávio Azevedo

João dos Santos Amaral e sua filha de cinco anos, Karine dos Santos Amaral, morreram afogados por volta das 9h de hoje (06/05), em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, litoral do estado do Rio de Janeiro. As vítimas são do município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e foram arrastadas por uma onda quando visitavam a Pedra Redonda, num mirante no Pontal do Atalaia, um dos locais mais procurados por quem visita a cidade. As vítimas estavam num local muito perigoso, frequentado apenas por pescadores profissionais.

Outra fatalidade

No último dia 31 de março, Arraial do Cabo também figurou no noticiário por conta da morte da bióloga Célia Regina Peralta, de 47 anos, que participava de um curso de mergulho com um grupo de 10 pessoas. O afogamento aconteceu na Ilha dos Porcos, a cerca de dois quilômetros da costa.

Os Bombeiros chegaram a ser acionados, mas a bióloga foi retirada da água sem vida. O presidente da Associação de Mergulho de Arraial do Cabo, Sanderson Barros, informou que o grupo teria vindo do Rio de Janeiro acompanhado de um instrutor, mas um segundo instrutor e os equipamentos utilizados no mergulho foram locados numa escola da cidade.

A Capitania dos Portos informou que todos os equipamentos foram vistoriados e nenhum problema foi identificado. O laudo feito pela perícia aponta asfixia por afogamento como a causa da morte. O caso foi registrado na 132ª DP (Arraial do Cabo). O corpo da bióloga foi sepultado no último dia 2 de abril, em Inhaúma, subúrbio do Rio.

Paisagem deslumbrante e traiçoeira

Do Portal do Atalaia nós podemos vislumbrar o pôr-do-sol mais lindo da Região dos Lagos, quiçá, do Estado (foto 1). Tenho a impressão que essa é, sem dúvida, uma das paisagens mais belas do nosso país. Entretanto, as águas que estão abaixo desse cartão postal escondem muitas armadilhas, sobretudo nesse trecho que é uma continuação da Praia Grande, um mar tremendamente traiçoeiro (foto 2).

Segundo pescadores da região, as histórias de desaparecimentos de banhistas no referido trecho são muitas. Os corpos, segundo eles, geralmente são encontrados em Macaé ou Saquarema cerca de uma ou duas semanas depois. O pescador conta que nas praias – que ele chama de clareira – que existe ao longo do Pontal do Atalaia, até pescadores experientes já desapareceram. Ele disse que uma embarcação inteira desapareceu na “clareira” conhecida como “Praia do Diabo”, um ponto muito procurado por surfistas e por banhistas desavisados e/ou imprudentes.
– Era uma equipe de pescadores muito experimentada. Estavam pescando durante a noite. Eles atracaram na Praia do Diabo para descansar, acertar as redes, verificar o que já tinham pescado. Repentinamente a maré subiu e levou tudo, só escapou um dos pescadores que havia se afastado – revelou o pescador que aproveitou para dizer que alguns desses pontos são considerados “assombrados”.

A rápida subida da maré e a transformação da calmaria num subido mar encapelado, sobretudo, no outono e no inverno é uma das características das praias de Arraial do Cabo, “principalmente da Praia Grande”, diz o velho lobo do mar, que acrescenta: “Se você observar, na Praia Grande, a extensão de areia da arrebentação até a margem é muito extensa. A natureza está indicando que a qualquer momento ela pode requerer o que é dela... E de vez enquanto ela enche tudo”, conclui o pescador.

Reflexão:

Quando visitei Arraial do Cabo pela primeira vez, eu logo conversei com pescadores sobre quais seriam as praias mais aconselháveis para crianças. Eles me apontaram a “Praia dos Anjos” e do “Forno” (foto 3) como as mais apropriadas. “Já as “Praias do “Pontal”, “Prainha” e “As Prainhas”, embora sejam tranqüilas, são muito traiçoeiras”, me disse um pescador.

Diante dessa dica, eu raramente vou nessas praias e em outras. Quando eu vou, não levo a minha pequena! Se existe alguém que tem grande respeito por água (cachoeiras ou praias), esse alguém sou eu! Alguns amigos me chamam de "bruxo" (Deus me livre!), porque eu converso com a água antes de entrar numa cachoeira ou numa praia. rsrsrs

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