domingo, 4 de março de 2012

Policiamento precário preocupa prefeitos da região... Mas a preocupação não vira ação

Flávio Azevedo

Preocupado com o aumento da violência urbana, em Itaboraí, o prefeito Sérgio Soares (PP) enviou ofício ao governo do estado solicitando um encontro com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a quem pretende pedir a reabertura dos Destacamentos de Policiamento Ostensivo (DPO) de Visconde, Sambaetiba e Pachecos, fechados no último dia 13 de fevereiro. Os DPOs de Itambi, Apollo, Outeiro das Pedras e Cabuçu foram mantidos. Segundo o prefeito, a iniciativa deixa insegura cerca de quatro mil pessoas.

De acordo com o prefeito, o 35º BPM (Itaboraí) informou que os postos foram fechados por causa da diminuição da carga horária semanal dos policiais, uma das reivindicações atendidas pela secretaria estadual de Segurança Pública durante a greve dos militares. A escala, que era de 24hx48 (um dia trabalhado e dois de folga) foi mudada para 24hx72 (com três dias de descanso).

Estado inoperante

Buscar socorro no secretário Beltrame é uma iniciativa também pensada pela sociedade riobonitense, mas efetivamente nada mudou depois do encontro. O encontro, que aconteceu no dia 28 de junho de 2011 foi motivada pelo assassinato do empresário Carlos Américo de Azevedo Branco (vítima de uma saidinha de banco). O crime aconteceu por volta das 13h, do dia 23 de maio, no Centro da cidade. A reunião contou com a presença da então deputada federal, Solange Almeida (PMDB), que agendou o encontro.

Aumentar o número de policiais no município e exigir que a Polícia Civil produza com mais eficiência, os serviços de investigação e inteligência foram os principais compromissos firmados pelo secretário estadual de Segurança Pública. Na ocasião o secretário sugeriu que a segurança do município seja reforçada por policiais militares que estejam de folga, através da celebração de um convênio entre Prefeitura e governo do estado. A população não percebeu nenhuma dessas medidas se tornar realidade.

O secretário reconheceu que as deficiências da Segurança; reclamou que quando assumiu a pasta encontrou a Secretaria em estado de abandono; e anunciou que o governo do estado investiu R$ 15 milhões na recuperação da Academia de Polícia Militar D. João VI. “O objetivo é aumentar o efetivo em todo estado e repor as perdas que existem com mortes, aposentadorias, exonerações e abandono da carreira. A partir do próximo mês de agosto (2011), nós formaremos, mensalmente, 500 novos policiais e os municípios do interior serão atendidos”, prometeu.

Oito meses depois, nenhum policial militar chegou ao 35º BPM, de Itaboraí. Pelo contrário, além das constantes trocas de comando, o tenente-coronel Wagner Guerci Nunes (comandante do 35º BPM) reclamou, na reunião do Conselho Comunitário de Segurança (CCS), de último mês de janeiro, a falta de efetivo para que a polícia apresente melhores resultados. Ele outras informações preocupantes.
– A nossa realidade de efetivo mudou, mas para pior, porque perdemos seis oficiais e até agora só recebemos dois homens para recompor o quadro. Continuamos com déficit de quatro oficiais e isso é problemático – desabafou.

Promessas do município não foram cumpridas

No dia 21 de junho de 2011, o Esporte Clube Fluminense sediou um encontro entre a sociedade civil organizada e autoridades políticas e policiais do município. Embora a apresentação do vice-prefeito, Matheus Neto tenha sido classificada por um dos organizadores do encontro, como um “balão de oxigênio”, até agora as medidas anunciadas não foram implementadas.

O vice-prefeito garantiu que a Prefeitura Municipal não iria medir esforços para devolver ao cidadão riobonitense, a tranquilidade e a Segurança que eram as marcas de Rio Bonito. Ele comentou a ampliação do sistema de monitoramento da cidade, comunicou a aquisição de novos equipamentos e anunciou a criação de uma Central de Inteligência (CI), que até hoje por questões de financiamento não saiu do papel.

Durante uma consultoria com Paulo Storani, especialista em Segurança, ele disse que os investimentos em Segurança precisam ser feitos em curto, médio e longo prazo. Entretanto, a morosidade no trato do assunto deixa o riobonitense cético e desconfiado. O vice-prefeito Matheus Neto concluiu dizendo que a Segurança precisa ser pensada em parceria entre os municípios da região.
– Se Rio Bonito fizer o dever de casa, investir da maneira correta, mas os municípios que estão ao entorno do Comperj, não tiveram essa preocupação, nós vamos continuar sendo alvo da bandidagem. Por isso, existe uma câmara temática do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento do Leste Fluminense (Coleste), que está discutindo esse assunto de maneira regional – informou.

A manifestação solitária do prefeito de Itaboraí, Sérgio Soares, porém, mostra que a ideia de pensar Segurança de maneira regional não tem sido respeitada e que os prefeitos da região não estão falando a mesma língua, o que é preocupante e aumenta ainda mais a apreensão da população.

Um comentário:

  1. Grande Flávio.
    Mais uma vez a administração ZÉ LUIS/MATEUS NETO, deixa a desejar. Na última reunião do CCS, o mesmo não explicou sobre projetos que tem que ser implantados ainda este ano.
    O mesmo alegou que desde que Zé/MANDIOCÃO, assumiu a cadeira de Prefeito. Foi realizado investimento pesado na Guarda Municipal, rsrsrsrs.
    Mas, o inexpressivo Mateus, não respondeu as perguntas! Eis o X da questão.
    Ele não fala que existe um tribunal de inquisição, implantada na Guarda Municipal, tendo como sumo sacerdote o grande engenheiro Isaías e seu comandante o PM licenciado, SUPER SOARES.
    Hj na GM, muitos colegas estão indo embora, por ter passado em um outro concurso, ressalvo que eles tiveram essa decisão de estudar p/ outro concurso, pois, estão desmotivados com alinha de ação da GMRB.
    Eu entrei com o pedido de licença sem vencimento de 2 anos, por perseguição política e ideológica.
    NÃO HÁ INVESTIMENTO NA GUARDA MUNICIPAL! O que ele (Mateus) quer é enganar o povão. Ele lembra muito o ex-governador Antony Garotinho, em 1998. Durante o pleito, ele (garotinho) apareceu com um livrinho, se apresentando como um expert em segurança pública.
    E o que vei depois disso: milícias, fortalecimento de traficantes, fortalecimento do crime organizado no Estado do RJ e etc.
    Temos que cobrar projetos a curto prazo desse governo fanfarrão!

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