sábado, 25 de fevereiro de 2012

Programa “O Tempo em Rio Bonito” aborda Educação e Qualificação Profissional

Flávio Azevedo

O diretor da Escola de Qualificação Solda Master de Rio Bonito, OG Monteiro; e o presidente da 35ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), César Gomes de Sá; foram os convidados do programa “O Tempo em Rio Bonito” do último dia 12 de fevereiro. O tema da entrevista foi Educação e Qualificação Profissional, duas necessidades prementes para a região, que está se tornando o capital do petróleo com a implantação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí.

Além do Comperj, a região também vai ganhar, em curto espaço de tempo, um porto. Ele será construído na cidade de Maricá para escoar a produção do Comperj. Em Quissamã, no norte Fluminense, o “barão do petróleo”, Eike Batista, está fazendo investimentos que vão gerar milhares de emprego. Isso sem falar em Macaé, cidade petrolífera que promove a terceira maior feira de petróleo do mundo. Tudo isso junto resulta no natural aquecimento econômico e financeiro da região, que diretamente ou indiretamente será aquecida com a sanha petrolífera.

O advogado César Sá, além de presidir a OAB local, entidade que congrega advogados de Rio Bonito, Tanguá e Silva Jardim, também coordena o Campus da Universidade do Grande Rio (Unigranrio), localizado no município vizinho de Silva Jardim.
– Estamos nos preparando para contribuir com esse cenário progressista. A minha chegada ao campus Silva Jardim tem esse objetivo. Revitalizar a faculdade e colocá-la como opção para aqueles que queiram buscar formação superior para atuar nesse novo centro financeiro que vai se tornar a nossa região – comentou César Sá.

Investimentos e preparo das cidades

Mais precisamente sobre a questão da qualificação profissional, Og Monteiro comentou que as cidades da região ainda não perceberam a grandiosidade do Comperj. “Percebo os municípios ainda estão descrentes sobre esse assunto. O Comperj e os impactos que chegarão com ele irão mudar tudo por aqui. O que vai definir se essas mudanças serão positivas ou negativas é a forma como as cidades estão se preparando”, analisou.

De acordo com Og Monteiro, que recentemente recebeu um grupo de italianos na sua unidade de qualificação profissional e prestação de serviços para empresas que operam no Comperj, os investimentos não precisam ser específicos para o setor petrolífero.
– Desde que cheguei a Rio Bonito eu percebi que a cidade tem algumas carências que, infelizmente, não preocupam a classe política e parte do empresariado. O setor hoteleiro é fraco e o gastronômico precisa ser mais qualificado. Lazer e diversão, por exemplo, são inexistentes por aqui – analisou.

Para o diretor da Escola Solda Master, por conta do Comperj, Rio Bonito já está recebendo muitas pessoas de nível econômico alto, mas a cidade não está sabendo fazer esses novos moradores injetarem o seu dinheiro na economia local. “Os próprios munícipes que se qualificam e conseguem trabalhar no setor petrolífero, que oferece bons salários, passam a ter uma condição financeira confortável. Mas como a cidade não oferece opções de lazer e diversão, essa pessoa acaba indo gastar em outros lugares”, avalia.

O advogado César Sá, também tem esse entendimento. Para ele, embora o ensino superior demore mais a dar retorno financeiro, “porque a faculdade geralmente é mais demorada que o ensino técnico e profissionalizante”, quando esse universitário conclui a graduação, ele sai em busca de determinados serviços que nenhuma cidade da região oferece.

Sobre qualificação profissional, ensino profissionalizante e ensino superior, ambos os convidados entendem que o poder público poderia estimular os munícipes a buscar essa qualificação. Para eles determinados setores do poder público municipal deveriam estar voltados exclusivamente para esse fim.
– Até o Comperj chegar a sua atividade plena, cerca de 20 anos vão se passar. Nesse tempo, tudo aquilo que está sendo construído, hoje, já estará sendo trocado. Isso acontece porque a Petrobras atende normas e protocolos internacionais de segurança que exige esse cuidado. Ou seja, a mão de obra por lá não vai acabar nunca, mas para entrar nesse filão a pessoa precisa estar qualificada. No Comperj, sem diploma não entra – garante Og Monteiro.

OAB também se prepara

A 35ª Subseção da OAB, segundo César Sá, está de olho no crescimento e desenvolvimento da região. “Tanto é assim que no último dia 9 de fevereiro, com a presença do presidente da OAB/RJ, Wadih Damous; e do presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (CAARJ), Felipe Santa Cruz; nós demos início ao sonho da nossa sede própria”, comentou César.

O presidente da 35ª Subseção se refere ao terreno de 1.650m², que a Prefeitura Municipal cedeu para a construção da sede própria OAB local, por ocasião do Jubileu de Prata (25 anos) da Subseção. “A obra será custeada pela Diretoria da Seccional e o objetivo é exatamente esse: garantir melhores condições aos advogados, como disse o presidente Wadih Damous”.
– Pensando nesse volume de empresas e negócios que estão chegando a nossa região, nós podemos presumir que todos terão departamentos jurídicos fortes, advogados empenhados em ações milionárias e nós precisamos ter uma casa digna desse cenário. A nova sede terá auditório, salas de aulas, escritórios compartilhados, além de estacionamento para os advogados e espaços que possibilitarão melhor atendimento aos colegas – finalizou César.

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