quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

“BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO”!

Flávio Azevedo - Refexões

Já ouviram isso? Quem não ouviu ou nunca falou essa frase num momento de raiva diante da crueldade de um crime? Mas devemos ter cuidado com esse pensamento, porque corremos o risco de estarmos torcendo para vermos "mortos" 50% dos brasileiros – entre eles muitos dos nossos parentes e nossos amigos. Digo isso, baseado na premissa de que não podemos classificar como bandidos somente aqueles que roubam, estupram, sequestram, traficam e matam.

Em número maior estão aqueles que compram os produtos que são produzidos nessas ações criminosas. Também são bandidos desclassificados e mereceriam morrer, aqueles que fraudam licitações; que superfaturam obras; que desviam recursos de remédio, merenda e material escolar.

Também mereceriam a morte:
*aqueles que vendem sentença e estimulam a impunidade;
*aqueles que utilizam os seus gabinetes e o foro privilegiado dos seus mandatos para comandar o tráfico de drogas e armas;
*aqueles que posam de santo, mas usam o lugar de destaque que ocupam para fomentar a miséria e a desigualdade.

Se olharmos por esse prisma, certamente concordaremos que poucos brasileiros sobrarão para contar os que foram mortos. Portanto, esqueçam esse pensamento de que “BANDIDO BOM É BANDIDO MORTO”, porque isso demonstra a nossa incapacidade de lidar com as deformidades humanas, a nossa intransigência e, principalmente, a nossa intolerância.

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