quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Julgamento do crime da Mega-Sena entra no seu terceiro dia

Flávio Azevedo

O depoimento de Adriana Almeida, viúva de do ganhador da Mega-Sena, René Senna, assassinado em janeiro de 2007, pode acontecer hoje (quarta/30), no terceiro dia de julgamento dos quatro acusados do assassinato. A viúva é acusada de ser a mandante do crime. A juíza Roberta dos Santos Braga Costa espera ouvir sete testemunhas, sendo duas de acusação e cinco de defesa. Em seguida, o depoimento dos quatro réus, incluindo a viúva.

A promotora Priscilla Naegelle acredita que a sentença será favorável à Renata Sena (filha de René), que trava uma disputa com a viúva pela herança. “Nós temos várias provas, incluindo interceptações telefônicas que apontam Adriana como mandante do crime”, afirmou.

O assistente de acusação, o advogado Marcus Rangone, contratado por Renata, disse que após a sentença ser proferida, a filha do milionário pretende se mudar para o exterior, “porque ela tem medo de ter o mesmo fim do seu pai”.

Estima-se que atualmente o patrimônio deixado pelo René seja de R$ 60 milhões entre fazendas, coberturas e imóveis de luxo. Além do mais, cerca de R$ 44 milhões em aplicações financeiras estão bloqueados pela Justiça.

O segundo dia

O segundo dia de julgamento foi marcado por fatos que ocorreram nos últimos dias de vida do milionário. Renata Senna, filha dele, confirmou que o pai iria retirar Adriana do testamento. Ela também disse que o pai desconfiava da mulher. Mas o que desagradou o milionário foi o fato de ela ter comprado uma cobertura em Arraial do Cabo. O negócio foi fechado sem a sua autorização.

Segunda a filha do milionário, ele queria ser interditado para que o seu dinheiro fosse administrado pela família, sem a interferência da mulher. “Acho que a Adriana ouviu a conversa. Ela se interessou pelo dinheiro do meu pai. Ele não tinha as duas pernas, era bem mais velho, mas era rico”, insinuou.

A filha de Renné teria um encontro com o pai no dia em que ele morreu. Mas, a pedido dele, ela deixou a visita para o outro dia. “Quando cheguei à fazenda, no dia seguinte, soube que meu pai tinha levado uns tiros”, contou Renata. A primeira conversa que teve com Adriana depois do assassinato também foi revelada por Renata. A viúva teria dito: “agora, você está milionária, né?”.

O depoimento de Renata foi o terceiro do dia e começou às 17h. Ela falou por mais de três horas. O longo período teve relação com as perguntas repetidas feitas pelo advogado de defesa, Jackson Costa. Numa das vezes, a juíza perdeu a paciência e disse que poderia ler para o que já estava relatado.

O objetivo era tentar fazer que Renata cair em contradição. Ele fez cerca de 50 perguntas à herdeira. Um dos pontos mais questionados foi se Renné tinha dúvidas sobre a paternidade de Renata. Após a morte do milionário, um exame de DNA chegou a ser solicitado pela defesa de Adriana. O teste deu positivo, provando que o milionário era realmente o pai de Renata.

Amante

Também prestou depoimento o motorista Robson de Andrade Oliveira, que admitiu ter mantido um relacionamento amoroso com Adriana entre o final de 2006 e janeiro de 2007, época que Renné foi assassinado. Ele disse ter passado o Reveillón com Adriana, na cobertura de Arraial do Cabo. Ela teria proposto que eles ficassem morando na cidade.

No começo de janeiro de 2007, às vésperas do assassinato de Renné, ele admitiu ter voltado à cobertura com Adriana. Ainda segundo o motorista, Adriana foi convencida a retornar a Rio Bonito depois de receber o telefonema de uma pessoa que ele não soube dizer quem era.

Foto: jornal Extra e O Fluminense

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