sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A controvérsia da XII Expo Rio Bonito

Por Flávio Azevedo - Reflexões

Não poderíamos deixar de acompanhar a primeira noite da XII Expo Rio Bonito. Milhares de pessoas estiveram presentes! Às 2h da madrugada, quando deixamos o local, a dupla mineira, César Menotti & Fabiano ainda estavam cantando. No estacionamento, ainda tinha gente chegando! Nunca é demais lembrar, que era uma quinta-feira (01/09), e, no outro dia (sexta, é claro!), a maior parte daqueles milhares ia pegar no batente!

Outra coisa, porém, me chamou a atenção: durante o rodeio – coisa de primeira – o animador do evento (foto 2) disse que para ele realizar o sonho de ser “locutor de rodeio”, ele foi obrigado a deixar a sua cidade e ir para outros centros para poder se especializar nessa profissão! E complementou: “tudo isso, porque na minha cidade, ao contrário de Rio Bonito, os governantes não faziam investimentos nesse setor!”.

Essa declaração é curiosa e merece ser conduzida à reflexão!

Concordo em gênero, número e grau, com a reflexão do meu amigo Zeca Novais.
Ele escreveu: “no evento XII Expo RB, a Prefeitura vai desembolsar R$ 750 mil. Há um exagero em torno desse valor ou estou enganado? Assisto estarrecido os investimentos medíocres na Área Cultural de RB, e penso que, como Diretor de um Espaço Cultural que não recebe apoio da Prefeitura, um gasto desse tamanho soa como grande deboche. Senhores Representantes, já que não há controle sobre seus atos, vou também parafraseando o querido Padre Eduardo "um dia vocês vão ter que dar conta de seus atos com Deus”.

Bem, para quem ainda não sabe, Zeca lidera a duras penas, o projeto “Lona na Lua”, movimento cultural riobonitense que se fosse contemplado, ANUALMENTE, com apenas 10% dos valores investidos nessa festa (R$ 750 mil), certamente estaria em outro patamar!

Por outro lado, dias atrás, quando eu postei no Facebook, que a cidade poderia fazer uma festa de porte, mas valorizando os artistas locais (Sheila Sá, Maverick, Chico Xico, Bruna Mattos, Carla e Nunu, Dawson Nascimento, Banda Lona na Lua, entre outros), muita gente reclamou e me classificou como bairrista e louco.

A intrigante fala do locutor do rodeio, e, a reflexão, firme e verdadeira, de Zeca Novais, mostra uma realidade que nem todos estão dispostos a ouvir e, sobretudo discutir! Os nossos governantes, sem exceções, governam conforme as suas prioridades e vontades. Eu já defendo uma administração política, que fosse orientada pelas prioridades da coletividade.

Nos oito anos da ex-prefeita Solange Almeida (PMDB), as pessoas reclamavam que ela só cuidava da Saúde e do Bem-Estar Social, setores que ela prioriza como os mais importantes para uma administração pública. Mas será que só existe a Saúde e o Bem-Estar Social para serem cuidados?

Em 2004, quando José Luiz se candidatou, não foram poucos os munícipes que almejavam a saída dela (Solange) e a volta dele (José Luiz). Aliás, simplesmente porque “Mandiocão é um prefeito festeiro”, diziam as pessoas. O amigo se lembra disso? Bem, a festa está aí e, pelo menos essa, a XII Expo Rio Bonito, está um evento de alto nível!

Concluindo, penso que aqueles que defendem outras prioridades – Cultura, Esporte, Qualificação Profissional – como investimentos mais que urgentes, precisam pensar em alguém que vá gerenciar o município com equilíbrio e segundo as prioridades da coletividade. Aliás, a Saúde não pode deixar de receber investimentos, muito menos as festas podem deixar de acontecer! Outros setores, porém, hoje não priorizados, precisam entrar nessa rede de prioridades e serem contemplados de maneira igual!

Nas eleições do próximo ano, quem tem essa preocupação com o equilíbrio nas ações do gestor, terá a OBRIGAÇÃO de escolher prefeito e vereadores que também sejam equilibrados no gerenciamento do município. Fica, porém, uma pergunta: será que isso vai acontecer? Eu acho difícil. Exigir equilíbrio de eleitores que a sua grande maioria prioriza a troca do voto por R$ 50,00 (ou alguma oura benesse), em minha opinião é uma quimera!

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