quarta-feira, 22 de junho de 2011

O que fazer?

Flávio Azevedo - Reflexões

Alguém pediu que eu abrisse esse evento (encontro da sociedade civil organizada com os políticos de Rio Bonito) com algumas reflexões sobre o tema que será discutido: SEGURANÇA. Eu confesso que em algumas oportunidades as palavras me faltam e os argumentos equilibrados dão lugar ao ressentimento, sobretudo por perceber que esse fruto amargo que estamos sendo obrigados a engolir foi plantado ao longo dos últimos 50 anos sob o nosso olhar permissivo. Achávamos melhor deixar pra lá!

Mas voltando aos episódios recentes, vale lembrar que a nossa indignação – a minha em particular – tem início em 2006, quando o prefeito da cidade sofre um atentado, a polícia classifica como crime político, mas não se diz mais nada sobre o assunto. Se com o prefeito a coisa funciona dessa maneira, imagine eu e você que não temos cargo público.

Já em 2008, a empregada doméstica, Marivanda Oliveira, levou um tiro na cabeça, numa “saidinha de banco”, na Rua dos Bancos. Até que no dia 23 de maio de 2011, nós perdemos o empresário Carlos Américo Azevedo Branco, assassinado na mesma rua, que é o coração financeiro de Rio Bonito.

Não sabemos se por falta de sensibilidade ou humanidade, há quem diga que diante de cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, a nossa realidade de um homicídio a cada dois anos não é ruim. Diante dessa declaração, eu gostaria de sugerir a pessoa que pensa dessa maneira, que ela se ofereça para ser a vítima de 2013. Alguém se habilita? E os crimes que aconteceram nesse intervalo? E o rapaz que foi assassinado no Basílio há menos de um ano? E o homem, que munido de uma barra de ferro, assassinou o outro, às 11h da manhã, na Praça da Bandeira? Coincidência ou não, enquanto esse fato acontecia no Centro da cidade, a Delegacia Legal era inaugurada no Green Valley.

Mas não é só isso que assusta. Toda a cidade está com suas as atenções voltadas para a Praça Cruzeiro, mais precisamente para o Morro do Careca, aonde policiais e bandidos chegaram a trocar tiros, um fato novo para nós, que só víamos esses acontecimentos pela televisão. O curioso é que os pontos mencionados nas notícias de tráfico de drogas são aqueles que só são visitados nas vésperas das eleições. Essas localidades são invadidas pelos homens da mala! Agentes altamente treinados para executar a famosa compra de votos, uma farra onde não se encontra inocentes, esteja ele vendendo ou comprando.

Mas não é só nas agências bancárias que nós estamos inseguros. Atualmente, em Rio Bonito, nós estamos com medo de atravessar a rua. Para quem não lembra, no dia 15 de junho de 2010, a aposentada Albertina Guimarães Antunes, 83 anos, foi vítima de um atropelamento na Rua Dr. Mattos, próximo a Padaria Rosa de Ouro e perdeu a vida. O casal que estava no veículo fugiu. Dias atrás, um sábado, por volta das 20h, no único semáforo da cidade, um senhor foi atropelado por um motoqueiro que não respeitou o sinal vermelho.

Nesse dia foi apenas o susto e alguns arranhões. O massoterapeuta Davi, porém, não teve a mesma sorte! Foi atropelado, por um motoqueiro, no último domingo, foi ferido com gravidade e infelizmente faleceu. O sepultamente aconteceu na manhã de hoje... Manhã que registrou novo acidente quase no mesmo local. Dois motoqueiros se chocaram próximo a padaria Japão. O condutor mais machucado, coincidência ou não, era exatamente o que estava sem capacete.

Concluindo, nunca é demais lembrar que naquele perímetro aconteceu o acidente que tirou a vida do adolescente Lucas Lessa, de apenas 17 anos. Essa fatalidade aconteceu no dia 30 de julho de 2009. Desculpe os amigos, mas embora ele fosse filho de uma família amiga, nós não podemos esquecer que Lucas era menor, logo não era habilitado. Se os jovens continuam abusando, os pais... Permanecem não se importando... Mas até quando?

Hoje pela manhã (21/06), eu ouvi alguém dizer a seguinte asneira: “um acidente de moto com vítima, uma vez por ano não é ruim!”. Diante dessa colocação, eu perguntei se ele gostaria ser a vítima de 2012. O espertinho respondeu que não.

Bem, nós que estamos aqui nessa noite, exatamente porque não queremos ser a próxima vítima. Sendo assim, nós decidimos que algo precisa ser feito, e a primeira coisa que nos ocorreu foi questionar dos nossos representantes políticos em todas as esferas de poder, o que eles fizeram, o que estão fazendo e o que farão, para nos devolver duas coisas: SEGURANÇA E TRANQÜILIDADE, dois elementos que eram, até aqui, os ativos mais importantes da economia riobonitense.

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