sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Triste Dia das Crianças

Por Flávio Migliaccio

Claro, foi uma atitude louvável do prefeito José Luiz Antunes fazer tantas festas para as crianças. Em tudo quanto é canto, havia bailes, doces, brinquedos, pipocas e muita música, mas, como sempre... faltou algo!. A festa não foi completa como deveria ser!

Todos sabem da minha verdadeira ojeriza por barulho, sons que, a todas hora, nos agridem, prejudicando nosso trabalho, estudo, lazer. Pois bem... no Dia das Crianças, aquilo que deveria trazer tanta alegria acabou se transformando num verdadeiro inferno, fazendo tão mal à saúde das nossas crianças: o barulho, em todos os lugares foi ensurdecedor.

Será que não faltou a presença da Secretaria de Meio Ambiente para medir o ruído e pedir aos organizadores de cada evento que baixassem um pouquinho o som?
Não faltou a Secretaria de Saúde chegar junto aos microfones e pedir às mães que, pelo menos, tirassem seus filhos de perto das ‘criminosas’ caixas com tantos decibéis de potência a nos atazanar o juízo?

E a Secretaria de Obras não deveria delimitar o local e informar, aos responsáveis, como deveriam ser instaladas as caixas de som... qual a distância que deveriam ficar do público, etc., etc.?

E a Secretaria de Educação e Cultura, ao invés de shows com músicas de gosto duvidoso, não poderia sugerir, ao prefeito, o excepcional conjunto Lua Branca ou outra banda local menos barulhenta... própria do universo infantil?

E eu pergunto, também: o que poderiam fazer a Polícia Militar, juízes, promotores, Guarda Municipal, vereadores e mesmo as outras Secretarias para ajudar a se concretizar a contento a brilhante idéia da festa no Dia das Crianças?

Não faltou, sobretudo, o Conselho Tutelar, encarregado de cuidar da nossa infância e Juventude?

Nós até tentamos ligar para o plantão dessa importante entidade, pois queríamos alertar sobre o que estava ocorrendo em todos os ginásios do município, mas a ligação só pode ter caído em local errado, pois o diálogo foi muito engraçado, surrealista.
E, absolutamente, verdadeiro:

“Alô, é do plantão do Conselho Tutelar?”
Heim?
“Eu queria falar com alguém, aí, do Conselho Tutelar”.
Eu estou numa festa com as minhas crianças e o barulho aqui tá terrível! Pera aí que eu vou lá pra fora.
A ligação caiu e tornamos ligar. Agora, atendeu um homem.
“Alô, eu queria falar com alguém do Conselho Tutelar”.
Fala mais alto que eu tô numa festa com as crianças e não tá dando praouvir nada.
“É exatamente sobre o barulho das festas!”
Heim???
“É o seguinte, amigo: aqui, no ginásio da Serra do Sambê, a música tá insuportável, fazendo mal às crianças! E tem até bebê de colo aqui!”
Mas elas não estão com os responsáveis?
“Estão, mas você sabe... é gente humilde, com pouca informação”.
A gente só pode intervir se a criança está sofrendo maus tratos.
“Mas um ruído desses não é caracterizado, exatamente, como maus... maus...? alô!!!”

E a ligação tornou a cair.

Mais tarde, só me restou olhar para a casa do pobre Renato Oliveira, ali bem em frente àquelas terríveis caixas de som instaladas na Praça da Bandeira, e lhe desejar um feliz sono...ele que está com problemas de saúde.

Depois, procurei um lugar tranquilo para descansar. Mas, foi difícil: em tudo quanto é canto, havia festa, ou melhor, barulho!

Mas... parabéns, prefeito! Valeu a intenção!

Pena que... deixa pra lá!

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