sábado, 9 de outubro de 2010

Perseguição policial acaba com um morto e um ferido em Rio Bonito

Por Flávio Azevedo

Na semana de estreia do filme “Tropa de Elite”, policiais militares de Rio Bonito viveram cenas cinematográficas na manhã da última quarta-feira (6). A história, real, poderia ter sido criada por diretores de filmes de ação como John Woo e Steven Spielberg. Segundo informações da Polícia Militar, dois bandidos roubaram, por volta das 9h, o Santana, placa LSK 0265, de Cachoeiras de Macacu, de propriedade da dona de casa Renata Rezende Batista, de 31 anos, moradora de São Gonçalo. Tudo aconteceu no momento que ela chegava a clínica médica CARB, no Centro de Rio Bonito, para uma consulta. Além de roubar o carro, os bandidos também fizeram a vítima de refém.

A ação foi vista e denunciada à polícia, que saiu em busca dos criminosos. Os bandidos saíram de Rio Bonito e pegaram a BR–101, em direção ao Basílio. Ao perceber a presença da polícia, os marginais tentaram fugir da viatura onde estavam os policiais Cunha e Sebastião. No km 271, próximo a entrada do Basílio, o motorista perdeu o controle do veículo, bateu violentamente contra a mureta de proteção da pista. Segundo testemunhas, o impacto fez o carro capotar várias vezes.

Após a capotagem, os marginais abandonaram o veículo e correram em direção ao Basílio. Os policiais, que nesse momento já tinham a cobertura da Polícia Rodoviária Federal, abriram fogo contra os bandidos, que foram alvejados e levados para o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV). No hospital, Diogo de Oliveira, de 25 anos, não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. Já Carlos Bruno dos Santos Melo, de 24 anos, após passar por cirurgia, continuava internado até o fechamento desta edição, sob escolta policial, aguardando transferência para um hospital penitenciário.

A dona de casa Renata Rezende foi socorrida por uma viatura da Autopista Fluminense e trazida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde chegou muito assustada e com algumas escoriações nas pernas. Depois de fazer exames e ficar em observação, ela foi liberada por volta das 13h do mesmo dia.

De acordo com o comandante da 3ª Companhia de Polícia Militar, capitão João Paulo Rodrigues, a ação dos bandidos só pôde ser evitada, porque foi vista e denunciada pela população. “Já há algum tempo afirmamos que somente com a participação da população, denunciando, informando, sendo os olhos da polícia, será possível resolver os problemas de segurança que enfrentamos. Quando isso acontece, nós podemos desempenhar melhor o nosso papel”, analisou.

Outra versão

Ontem (sexta-feira), a nossa reportagem teve acesso ao preso, internado na Unidade Intermediária (UI), do HRDV, sob vigilância de policiais. De acordo com Carlos Bruno, ao contrário do seu comparsa (Diego), que tinha passagem pela polícia e estava em liberdade há cerca de dois meses, ele nunca foi preso. Carlos Bruno se identificou como pintor e morador do Pinhão, em Tanguá. Segundo o preso, até o momento que entrou no carro da vítima, ele não sabia que se tratava de um assalto.

– Eu conhecia Diego há muitos anos. Ele me chamou para vir aqui em Rio Bonito pegar um carro, mas eu não sabia que ele estava armado e quando abordamos a mulher, eu pensei que eles se conheciam. Quando eu percebi que era um assalto, eu pedi para ele parar, porque eu não sei dirigir direito. Mas quando ele viu a polícia, ele mandou que eu continuasse – contou o bandido, que se disse filho de um policial.

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