quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Marcos Abrahão concede entrevista e fala dos seus planos para o futuro

Por Flávio Azevedo

Eleito no último dia 3 de outubro para o seu terceiro mandato, o deputado estadual Marcos Abrahão ainda comemora a boa votação que recebeu (52.525 votos). Na manhã do dia seguinte a vitória (segunda-feira, 4), o deputado recebeu a nossa reportagem na sua residência, na Bela Vista, onde analisou a campanha, a sua atuação como parlamentar e os benefícios que Rio Bonito tem recebido do governo do Estado. Abrahão também falou sobre sucessão municipal. Segundo ele, “se nas próximas eleições não tivermos um candidato a altura do que o nosso município merece, eu serei candidato”.

Flávio Azevedo – Este ano, a sua votação foi ampliada em 15.811 mil votos. Saiu de 36.714 mil, marca de 2006, para 52.525 mil votos? A que o senhor atribui esse crescimento?

Marcos Abrahão – É importante nós frisarmos o comparecimento dos amigos e daqueles que reconheceram o nosso trabalho em Rio Bonito, que clamava por um deputado atuante. Desde quando assumi o meu mandato, eu sempre trabalhei por Rio Bonito. Também fiz muito por municípios como Tanguá, Silva Jardim e Cachoeira de Macacu, lugares onde eu alcancei uma votação fantástica. As vezes sou criticando por trabalhar em outros município, mas as pessoas precisam saber que eu sou deputado estadual e não deputado municipal.

FA – Que benefícios o senhor aponta como os mais importantes para Rio Bonito?

MA – A nossa cidade foi muito agraciada com as ações do governo do estado durante o meu mandato. Nós tivemos a construção da UPA, o Destacamento do Corpo de Bombeiros, contenção de encostas e dragagem de rios. Nós também trouxemos o Posto de Habilitação, a Coordenadoria de Ensino, o transporte rural escolar e o transporte escolar municipal. Nós ainda aparelhamos o Hospital Regional Darcy Vargas (HRDV), mas devo ressaltar que esta é uma unidade que só foi beneficiada, por causa dos administradores sérios que tem. Se as contas não estivessem certinhas, nós não poderíamos trazer os benefícios que trouxemos. Por isso, a diretoria do HRDV está de parabéns!

FA – Como o HRDV é visto fora do municio?

MA – O HRDV está dando um banho em atendimento e administração. Nós precisamos acabar com esse negócio de querer transferir os doentes para outras cidades, porque a deficiência da Saúde está em todo lugar. Tem muita gente reclamando do HRDV sem ter conhecimento de causa. Nós precisamos dar valor ao que é bom! O trabalho da diretoria do hospital está sendo reconhecido, e as pessoas confiam na direção da instituição que está trabalhando em parceria conosco, para viabilizarmos mais recursos para a instituição.

FA – Como o senhor analisa as mudanças na legislação eleitoral?

MA – Eu, particularmente, fui muito prejudicado, porque muitos jovens de 16 anos, que geralmente não têm a Carteira de Identidade, por causa dessa mudança (só poder votar com documento de identidade) não puderam votar. Na verdade, é exatamente esta parcela da população que estava disposta a votar em Marcos Abrahão, porque nós estamos construindo um ginásio poliesportivo, criamos o espaço de festas bonitinho, onde são realizadas festas, eventos, convenções, programações evangélicas, e através dessas iniciativas, nós conquistamos a simpatia do jovem.

FA – Como o senhor analisa o desenvolvimento do município e o que tem feito para contribuir para este desenvolvimento?

MA – Nós estamos trabalhando. Por exemplo, nós também trouxemos as obras de pavimentação e drenagem da Via Verde, que liga o Centro da cidade ao Basílio. Nós também trouxemos 20 km de asfalto para toda a cidade e para vários os bairros. Infelizmente, o prefeito, quer pular, não quer aceitar que nós trouxemos esses benefícios, mas essa é uma mentalidade que precisa ser mudada, porque Rio Bonito precisa crescer. São benefícios que estão chegando durante a gestão dele! Portanto, parabéns para o prefeito! Nós temos que acabar com essa ideia de não trazer os benefícios, porque quem está na Prefeitura não é do mesmo partido. Estamos vendo aí o que aconteceu com a deputada federal. Não foi ela quem perdeu a eleição, foi Rio Bonito. Tem gente que não percebe a importância dos nossos representantes. Aliás, quanto mais formos representados, mas a nossa cidade será melhor.

FA – Como o senhor analisa a queda dos votos do deputado Paulo Melo (PMDB) em Rio Bonito?

MA – O povo mostrou nas urnas que o deputado Paulo Melo nada trouxe para a nossa cidade. Quero ressaltar, que, ao contrário do que dizem, nós gostaríamos que ele fizesse alguma coisa por Rio Bonito. Tomara que esta diminuição de votos, menos 4 mil, acorde o deputado para que ele seja mais atuante em nosso município. Mas independentemente da atuação dos demais parlamentares, eu vou continuar trabalhando, incansavelmente, para a população de Rio Bonito, que hoje tem um deputado de verdade.

FA – Em 2006, em Rio Bonito, o senhor obteve 9.924 votos. Em 2010, 15.004. Em 2008, porém, nas eleições municipais, apenas 5.040 riobonitense optaram pelo seu nome nas eleições municipais. Como o senhor analisa esses números?

MA – São eleições diferentes. A eleição municipal é muito mais acirrada. Em 2008, eu disputava com o prefeito José Luiz, que estava indo para o seu segundo mandato, e com Solange, que estava indicando Reis, mas o povo votava nela, que foi prefeita por dois mandatos. Além disso, ao longo dos anos, eles construíram no imaginário popular, a imagem dum Marcos Abrahão truculento, uma pessoa difícil, que se eleito, traria problemas para cidade. Alguns boatos chegam a ser ridículos. Hoje, porém, essa situação mudou! Além disso, com o passar do tempo vão surgindo órfãos dos grupos de Solange e de Mandiocão. Nós vamos arrebanhando estas pessoas e aos poucos estamos conquistando o nosso espaço.

FA – Em 2012, o senhor pretende concorrer às eleições municipais?

MA – Se nas próximas eleições não tivermos um candidato a altura do nosso município eu serei candidato! Mas se nós tivermos um candidato de verdade, que olhe para o futuro, que seja um administrador, alguém que tenha capacidade de administrar a nossa cidade, com certeza eu darei o meu apoio. Eu continuarei sendo deputado e estarei na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) trabalhando por Rio Bonito. O prefeito não precisa Marcos Abrahão, mas alguém que esteja preparado, que tenha formação e que dê a Rio Bonito, qualidade de vida.

FA – Como o senhor analisa o crescimento da região com a chegada do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj)?

MA – O Comperj não é nenhuma maravilha! Inclusive, se não tivermos cuidado vão acabar com a nossa cidade. Precisamos de um plano de governo! Na última eleição, o único que tinha plano de governo era eu. Os demais candidatos só prometiam cargo, boquinha, direção de colégio, entre outras coisas. Precisamos criar um corpo técnico para gerenciar o município. Vou dar um exemplo: o secretário de Esporte tem que ser um professor de Educação Física! Na Saúde, nós precisamos de um médico, mas que seja um administrador!

FA – Nós percebemos que o seu grupo está sendo ampliado por pessoas que ficaram insatisfeitas com o grupo que estavam. Coincidência ou não, a partir disso a sua imagem passou a ser mais bem aceita. Como concorda com esta análise?

MA – Com certeza! Mas devo destacar que estas pessoas ocupam um espaço, mas dentro daquilo que foi combinado. Eu não coloquei ninguém num lugar onde ele não poderá dar retorno a população. Por exemplo, um lanterneiro não é pedreiro! E quando se tem este pensamento, as coisas funcionam. Às vezes, a pessoa almeja algo melhor. O que eu faço? Peço para ela se capacitar, estudar e se preparar, porque certamente será aproveitada. Não é fácil, mas aos poucos nós vamos conseguindo acomodar todo mundo.

FA – Com a reeleição do governador Sérgio Cabral no 1º turno e o desenho político do estado definido, qual é agora o seu grande objetivo?

MA – Hoje eu tenho uma boa relação com o governador e com a maioria dos secretários. A minha intenção, hoje, é ampliar a minha penetração em outras regiões do estado. Já temos um trabalho que garante a nossa reeleição, mas precisamos ampliar a nossa votação e expandir o nosso trabalho para outras regiões. Na Alerj, com o passar do tempo, nós fizemos vários amigos. Eu tive a oportunidade de criar a lei de “Coleta de Sangue Itinerante”, que vai beneficiar o Hemorio e entrará em vigor no próximo mandato do governador. Como Itaboraí ficou sem deputado estadual, eu vou voltar a trabalhar por este município. Eu estive ausente de Itaboraí, porque como Dr. Audir foi eleito, eu não achei correto continuar atuando no espaço dele. Mas como ele não foi reeleito, nós vamos voltar a trabalhar com força por Itaboraí, para que ele não fique sem representatividade.

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