quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Guerra religiosa: novo round por ocasião do Dia da Padroeira do Brasil


A ‘guerra santa’ entre os candidatos à Presidência Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) teve mais um capítulo. Panfletos atribuindo a Dilma e ao PT posições favoráveis ao aborto foram distribuídos ontem do lado de fora da Basílica de Aparecida (SP), e em missa campal em homenagem à Nossa Senhora, em Contagem (MG). A candidata já explicou que não é favorável ao aborto e desmentiu boatos lançados na Internet.

O panfleto é assinado em nome da Regional Sul 1 da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Cita que, em 2007, o PT se manifestou favorável à descriminalização do aborto, e reafirmou posição no 3º Plano Nacional de Direitos Humanos. Recomenda a brasileiros que “deem seu voto a candidatos e partidos contrários à descriminalização do aborto”.

Na semana passada, a CNBB divulgou nota em que afirma não indicar candidato. Ontem, a assessoria da entidade informou que somente o padre Geraldo Martins poderia falar sobre o assunto, mas ele não foi encontrado.

Serra esteve ontem em Aparecida, acompanhado de correligionários, do vice, Indio da Costa, e da esposa Monica. Ele assistiu à missa na Basílica.

Apelo tucano

A questão do aborto tem tido forte apelo em sua campanha. Em inserção na TV ontem, sua coligação exibiu imagens de partos e ultrassonografia, enquanto um locutor diz que “ter um filho não é uma escolha, são várias”. Encerra falando que “a vida é feita de escolhas” e que a melhor escolha para o Brasil é o voto em Serra.

Dilma antecipou sua ida à Basílica de Aparecida e assistiu à missa segunda-feira. Ontem, Dia das Crianças, ela participou de evento com mães e filhos em Brasília e prometeu a construção de 6 mil creches, se for eleita. “Um País se mede pelo que faz pela criança, pela capacidade de proteger, apoiar e incentivar as crianças. E dar oportunidade para que se transformem em adultos realizados”, afirmou.

Serra normatizou aborto

Apesar das críticas a Dilma, enquanto era ministro da Saúde, em 1998, José Serra lançou uma cartilha em que normatiza procedimentos abortivos a serem adotados por médicos do SUS para casos de mulhere vítimas de estupro.

O documento orienta como os profissionais da saúde devem atuar para interromper a gravidez de vítimas de violência sexual. Na cartilha, Serra ainda afirma que os médicos devem estar treinados para interromper gestações.

Votos de Cabral para Dilma

A campanha de Dilma no Rio no segundo turno pretende transferir a popularidade do governador Sérgio Cabral (PMDB) para a petista. “Vamos mostrar que estamos todos juntos”, afirmou Luiz Sérgio, presidente do PT-RJ. O PT vai lembrar fatos como a posição de Serra na Constituinte de 88, prejudicando a arrecadação de impostos para o Rio ao defender mudanças na cobrança do ICMS para o petróleo.

Serra virá ao Rio na próxima semana. “A aliança do PT com o PMDB no Rio afundou o estado”, afirmou o deputado estadual Luiz Paulo, do PSDB.

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